Esporão e Fascite.. é preciso muita paciência recuperação

O Pé, que funciona como alicerce do corpo e possui funções importantíssimas no nosso dia a dia, está sujeito a problemas no seu funcionamento com as actividades diárias como andar. Imagine então o que pode acontecer quando temos uma dor ou lesão, que ainda não foi devidamente tratada, associada à prática desportiva!

Uma simples dor no calcanhar pode esconder um problema que deve ser investigado para que um tratamento adequado seja realizado.
A dor no calcanhar, decorrente da fascite plantar e/ou esporão do calcâneo, por exemplo, está entre as cinco lesões mais comuns nos corredores.

o que é o esporão ?

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Esporão do calcâneo é uma formação óssea que ocorre numa região específica do osso do calcanhar que toma um formato de esporão. Pode ocorrer na região posterior do osso do calcanhar ou na região da planta do pé, neste mesmo osso (calcàneo), sendo mais comum nesta última localização.

Para entender a sua formação – A planta do pé é formada por estruturas elásticas (músculos) e inelásticas (fáscia plantar). A fáscia plantar juntamente com os músculos da planta do pé, funcionam como braço de alavanca, aumentando a eficácia na fase de impulsão, ou seja, quando o calcanhar se distancia do solo.
Na região da planta do pé, a fáscia plantar (membrana que recobre a planta do pé) fixase para exercer a sua função de suporte e estabilidade. Quando a fáscia sofre uma carga ou estiramento constante ou excessivo, pode ocorrer micro lesões na região onde ela se prende e o corpo, na tentativa de solucionar o problema, aumenta a produção de osso no local, formando o esporão.

Caúsas – assim como a maioria das lesões apresentadas por corredores, o esporão calcâneo é também decorrente da inter-relação das predisposições biomecânicas de cada indivíduo com recentes mudanças de treino.

Uma alteração na biomecânica ou na anatomia pode comprometer o funcionamento do pé quando andamos ou corremos e causar o estiramento na fáscia, sendo as principais causas: pé cavo (com a curvatura acentuada), retracção do tendão calcâneo (tendão de Aquiles), pronação excessiva do pé e pé rígido ou pouco flexível.

Uma ou mais dessas alterações associadas ao aumento substancial de horas de corrida por semana, participação de provas consecutivas, retorno à corrida após tempo prolongado de inactividade (muitas vezes devido a outra lesão, são sem dúvida motivos suficientes para o surgimento do esporão do calcâneo e/ou fascite plantar.

Os ténis velhos que facilitam a pronação excessiva aumentam o risco de provocar um estiramento na fáscia, assim como cargas excessivas no caso de pessoas que “batem” com força o calcanhar no solo quando andam ou correm, ou no caso de ganho de peso, principalmente num curto espaço de tempo.

Sintoma – Durante a formação do esporão, o atleta pode não ter alguns sintomas. Os sintomas aparecem quando o esporão começa a irritar as estruturas que o rodeiam, causando um processo inflamatório.

Quando ocorre a inflamação da fáscia plantar, o processo é chamado de fasciiste plantar.

A dor localiza-se no calcanhar, é pontual, normalmente na sola do pé e é pior logo pela manhã, nos primeiros passos. Melhora com o passar do tempo, pois após alguns passos, a fáscia alongà-se o que tira um pouco da tensão do local e diminui a dor. Pode piorar também no final do dia ou após carga excessiva sobre os calcanhares como muito tempo em pé. A dor pode aparecer após a corrida, quando a inflamação ainda está no início.

Em relação ao tratamento:- Se for tratado no início, o crescimento do esporão pode estacionar com a utilização de alongamentos que irão diminuir a tensão da fáscia plantar ou do tendão calcâneo. Se a dor persiste sem o tratamento adequa de””e o processo inflamatório atinge a fáscia ou o tendão, será necessário o uso de anti inflamatórios por via oral, além da fisioterapia.

O sucesso do tratamento está directamente relacionado com o tempo do surgimento da lesão/dor. Quanto mais precocemente tratado, maior a possibilidade de bons resultados com um tratamento conservador, como anti inflamatório e fisioterapia.

O  esporão e a fasciite plantar, quando crónicos (presentes há muito tempo), respondem muito lentamente ao tratamento conservador, sendo necessário, nalguns casos, tratamento cirúrgico.