A tíbia é o maior osso da parte inferior da perna, e a fíbula é o osso fino que fica também ao longo da parte inferior do membro. Essa região é dividida em quatro partes, cada uma delas é repleta de nervos, artérias e veias.
Cada compartimento também é envolto por um tecido conhecido como fáscia. E os músculos controlam os movimentos do pé e do tornozelo. Muitos dos músculos da coxa se ligam ao topo da tíbia e da fíbula.
Agora que temos uma noção da anatomia da região, listamos as 6 causas mais comuns da dor na perna de corredores. Além disso, explicamos como tratar e prevenir cada uma delas. Então, da próxima vez que estiver a sentir dor na perna terá uma ideia básica para levar ao médico.
Por que sinto dor na perna?
1 – Canelite
Este termo é usado para descrever a dor ao longo da parte interna da tíbia. Normalmente, sentirá desconforto num terço ou mais do osso. A dor geralmente aparece durante a corrida e desaparece depois – e pode melhorar com os treinos contínuos. Sentirá que o lado interno da canela ficará mais sensível. Também pode notar um inchaço na região.
Coágulos do músculo que se desprendem do revestimento do osso causam a dor na perna. Fatores como predisposição, pronação e corridas em superfícies muito duras provocam dores nas canelas em corredores, principalmente entre os iniciantes. Os tratamentos incluem gelo no pós-treino, calçados adequados ou mudanças nos locais de corrida.
Tratamentos para canelite
Melhorar a flexibilidade dos músculos da panturrilha e a força dos músculos da parte da frente e das laterais da perna também são importantes no tratamento e prevenção desse problema. Para fortalecer a região, recomendamos colocar uma argola pesada no pé e apontá-lo para cima, para dentro e para fora. Repita dez vezes. Faça três séries.
2 – Fratura por estresse
A fratura por estresse é uma lesão do osso que acontece por conta de microtraumas repetitivos. O osso responde ao estresse, tornando-se mais forte. Nesse processo, o estresse causa a reabsorção óssea, seguida pela construção, desde que o tamanho do trauma não seja demais. Se for em excesso, a fase de reabsorção se torna maior que a de construção, gerando traumas microscópicos e microfraturas. Quando a situação se repete muito, acontece a fratura.
Ela é identificada, geralmente, com uma dor na perna que surge no momento do impacto. Inicialmente, ela desenvolve-se durante a corrida e desaparece até o seu final. Se não tratada, o desconforto fica presente até nas caminhadas. Pode haver inchaço. O impacto contínuo de uma fratura por estresse pode originar uma fratura completa no osso.
Num exame clínico, é possível observar uma área específica de sensibilidade óssea. Sente dor ou não consegue pular numa perna só. E os raios-x não revelarão anormalidades por pelo menos duas semanas, possivelmente por mais tempo. Apenas uma ressonância magnética ou varredura óssea resolverá o problema.
Fraturas por estresse em corredores tendem a ocorrer na parte inferior da fíbula e nas partes superior e inferior da tíbia. Também há casos, embora menos comuns, da ocorrência acometer a frente da tíbia – e esse tipo de fratura pode ser problemático na sua cicatrização devido ao formato do osso.
Prevenção da dor na perna
Para evitar que tudo isso aconteça, use os seus ténis de corrida por pelo menos metade dos seus treinos de velocidade e ritmo. Antes de uma maratona, faça pelo menos dois treinos longos com o calçado que será usado no dia da prova. Caso contrário, é provável que a dor na perna apareça.
“É realmente difícil entender porque as pernas ficam sujeitas à sobrecarga com a mudança de sapatilhas. Principalmente se ter em conta que eles não passam de 2,5 cm de diferença de amortecimento nos calcanhares”, diz Brian Fullem, especialista desportivo.
Se tem um calçado específico para a corrida, introduza-o lentamente na rotina. Comece usando algumas vezes na semana. “Então, gradualmente, realize um treino completo, começando pelos mais curtos”, diz Fullem. “Por exemplo, se o seu treino for com repetições de 200 ou 400 metros, use os ténis nesse dia.”