As Mulheres e a Corrida – Duvidas frequentes

A percentagem de mulheres a praticar corrida e participar em provas amadoras de atletismo tem aumentado significativamente. O perfil das corredoras é bastante amplo e reúne todas as faixas etárias e classes sociais.

A mulher identifica na corrida uma oportunidade para melhorar a sua saúde e condição física. Além disso, a mulher conta com uma característica muito importante: a determinação, que faz com que cada vez mais a mulher avance em distância e melhore os seus tempos.

No entanto, algumas questões podem deixar a mulher insegura em relação à prática da corrida. www.aminhacorrida.com apresenta as preocupações/questões mais comuns das mulheres em relação à corrida.

Publicidade

1. Correr acelera o envelhecimento?

Não. Alguns estudos já provaram que é o sedentarismo que colabora com o envelhecimento. A atividade física aeróbica mantém a pele mais irrigada, com aspecto mais saudável. A tonificação muscular adquirida com a corrida e a musculação, por exemplo, deixa o corpo mais firme.

No entanto, em excesso, a prática desportiva aumenta a formação de radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento da pele. As corredoras profissionais secam as bolsas de gordura e acumulam menos líquido, o que pode dar um aspecto de envelhecimento, principalmente no rosto. Também os ossos e músculos são prejudicados pelo treino exagerado.

A corrida em excesso aumenta o desgaste da estrutura músculo-esquelética, o que pode acelerar o processo de envelhecimento natural. Obviamente estas desvantagens aplicam-se a corredoras profissionais, que realizam treinos fortes praticamente todos os dias.

2. Corrida faz descair os seios e as nádegas?

Não. Ao começar a correr é queimada gordura corporal, o que diminui as medidas. Algumas vezes, devido ao excesso de pele, isso pode dar a impressão de flacidez. Por isso é essencial complementar o trabalho aeróbico com musculação.

Durante a corrida, os seios e as nádegas balançam, mas não é a corrida que vai fazê-los cair. A gravidade é que tem esse efeito, à qual estamos sujeitos quer se corra ou não.

A região das nádegas é formada por músculos fundamentais para a corrida, que são bastante solicitados nesta atividade. Portanto, as nádegas só tendem a ficar mais firmes com os treinos.

Outra causa da queda é a flacidez muscular, fato que não ocorre em corredoras que seguem um plano de treinos bem orientado tanto de corrida como de fortalecimento muscular. As nádegas balançam porque também têm tecido adiposo (gordura), que não enrijece nem com musculação.

Já os seios são compostos por glândulas que não têm como ser fortalecidas. Aconselha-se a trabalhar a musculatura peitoral que ajuda a sustentar os seios. O importante é escolher o soutien/top de corrida adequado.

3. Corrida acaba com a celulite?

Não. O desporto não faz milagres, mas aumenta a eficácia dos tratamentos para a celulite, porque aumenta a irrigação sanguínea.

A celulite afeta cerca de 90% das mulheres. A celulite é consequência de gordura localizada acumulada, associada à retenção de líquidos e retração da pele. A genética e o estilo de vida determinam a intensidade com que a celulite aparece, mas a corrida é uma grande aliada no combate à celulite.

Os treinos devem ser indicados por técnicos que conheçam a corredora para especificar o intervalo adequado da frequência cardíaca, no sentido de queimar o tecido adiposo e não a massa muscular.

4. Na TPM (Tensão Pré-Menstrual) e na Menstruação é melhor descansar?

As alterações no período pré-menstrual são diferentes de mulher para mulher. E os sintomas exacerbados da TPM podem levar a queda de rendimento.

Na menstruação, a performance costuma diminuir cerca de 30%. A orientação é correr em ritmo leve, no máximo por 40 minutos.

No entanto, a endorfina, substância ligada ao bem-estar, libertada durante o treino consegue bloquear algumas manifestações negativas da TPM.

O aumento do batimento cardíaco melhora a circulação e oxigenação dos tecidos, amenizando as dores. Para quem tem cólicas muito fortes durante o período menstrual, é melhor não forçar.

Se não existir dor, faça o seu treino normalmente pois é mito que a corrida aumenta o volume da menstruação. O que ocorre é que a eliminação da parede do endométrio (que liberta o sangue) acontece mais rapidamente devido ao movimento da corrida.

5. Durante a Gravidez, é recomendado parar ou desacelerar a corrida?

Existe uma regra simples: se a pessoa tem uma vida sedentária, não deverá começar uma atividade física de impacto durante a gravidez. A mulher até se pode exercitar, mas recomendam-se desportos sem impacto, como natação, pilates e aulas de alongamentos. No primeiro trimestre da gestação (até completar 12 semanas) recomenda-se repouso, no entanto também dependerá bastante do estilo de vida e da idade da mulher.

Passado esse período, as mulheres que já tinham uma vida ativa podem retomar os treinos, mas com moderação. A grávida deve monitorizar a sua frequência cardíaca. O ideal é que passe a correr no máximo a uma Frequência Cardíaca 20% menor do que a que estava acostumada. Isso é fundamental para que a futura mãe não cause taquicardia no feto.

Assim, deverá seguir à risca as recomendações do seu médico e de um técnico, que acompanhe de perto as reações do seu corpo aos treinos.

6. A Corrida é indicada na menopausa?

Sim, é uma atividade saudável e prazerosa em qualquer fase da vida. Sabe-se que a cada ciclo de sete anos e principalmente após os 35 anos, a mulher precisa de mais atividade física. Na fase da menopausa e mais adiante, na terceira idade, o impacto da corrida, inclusive, ajuda a fortalecer os ossos e deixar a musculatura mais firme.

A corrida também pode diminuir os riscos de depressão, tanto pela produção de hormonas do bem-estar, como pelo aspecto social do desporto. A corrida resgata uma capacidade que muitas vezes estava esquecida pela mulher, representa um resgate de energia e motivação.

A mulher, no entanto, deverá fazer alguns treinos de fortalecimento muscular. Sem a produção de progesterona e estrogénio, a mulher deve ficar mais atenta à alimentação, já que a absorção de cálcio pode ser prejudicada e, como consequência, ter problemas ósseos. Antes de começar a correr a mulher deverá fazer todos os exames clínicos e passar por um profissional que investigue a existência de problemas articulares e mecânicos.

7. A Corrida pode provocar incontinência urinária?

A corrida não provoca incontinência urinária a não ser que a mulher já tenha predisposição. O impacto, em si, não vai desencadear o quadro.

Assim, a corrida poderá piorar a incontinência urinária, mas não impede que a mulher se exercite. Uma pesquisa recente, realizada em corredoras de São Paulo, constatou que 25% das entrevistadas já apresentaram sinais de incontinência urinária por esforço durante um treino. É frequente sentirem esse desconforto principalmente depois de uma gravidez, que fragiliza a musculatura pélvica. Para evitar o incómodo, a mulher deverá trabalhar o fortalecimento dos músculos pélvicos (com séries de movimentos de contração e relaxamento da região). A mulher não deverá deixar de beber água por causa deste problema.

8. Correr provoca varizes?

Não. As varizes são dilatações que dificultam o fluxo sanguíneo. A atividade física é benéfica, pois aumenta a circulação.

9. Quem tem varizes pode correr? E utilizar Meias de Compressão?

Depende do grau do problema circulatório. A maior causa das varizes é a genética. De forma geral, o exercício é bom para a circulação sanguínea.

As mulheres com microvasos não sentem diferença nenhuma com a corrida, mas quem tem veias dilatadas deverá ter cuidado porque as hipóteses de sentir dor e inchaços aumentam. Neste último caso, é melhor praticar natação ou hidroginástica.

Em relação à utilização de meias de compressão, as mulheres com os pequenos vasos podem usar, pois não comprometem a circulação nem agravam o quadro clínico. As corredoras com varizes salientes na pele deverão utilizar meias de compressão elásticas medicinais, que têm uma ação maior no pé e menor na região da coxa, o que favorece a drenagem do sangue que caminha contra a gravidade em direção ao coração.

 

 

10. Pode-se correr com dor de cabeça?

Depende do tipo de dor de cabeça. A tensional, que é a mais comum e muito presente entre as mulheres, melhora com a corrida porque a endorfina libertada durante o treino funciona como um analgésico natural. No entanto, se a enxaqueca for a responsável, não deverá correr. A dor intensa e pulsante que atinge normalmente apenas um lado da cabeça só piora com atividades que estimulam a circulação sanguínea.

Porém, um dos principais fatores que agravam as crises de enxaqueca é o stress. Logo, inclua a corrida na sua rotina para aliviar essa tensão e, consequentemente, diminuir as hipóteses de iniciar uma crise de enxaqueca.

11. As Mulheres lesionam-se mais do que os homens?

Qualquer pessoa que corra está sujeita a lesões, independentemente do sexo. No entanto, alguns tipos de lesão são mais comuns entre as mulheres, como a fratura por stress e a condromalácia patelar. Um dos problemas que ocasionam lesões é o desequilíbrio muscular e as oscilações hormonais do corpo feminino podem agravar o quadro clínico, levando a uma fratura por stress. No caso da condromalacia, doença degenerativa na cartilagem da patela, a constituição física da mulher, com quadril mais largo e joelho valgo (em X) favorece esse tipo de problema. De qualquer forma, as mulheres costumam estar mais atentas nos treinos e preocupadas com a biomecânica do movimento da corrida que os homens.

12. A corrida é um risco para a mulher com osteoporose?

Depende do grau da doença. Qualquer atividade física de impacto estimula as reações de formação óssea. Porém, em estágios avançados, deverá fazer um tratamento prévio e redobrar a atenção para que a fragilidade dos ossos não provoque uma fratura por stress. Para ajudar na produção de massa óssea, são aconselhadas atividades como musculação e hidroginástica. Mulheres com osteopenia (estágio inicial da osteoporose que dá indício da diminuição da densidade dos ossos) devem praticar atividades de impacto, como a corrida, para que a doença não evolua. Poderá consultar um reumatologista para reforçar a dose de cálcio ingerida.

13. Correr estimula a líbido?

Sim. Além da produção de hormónios do bem-estar, que continuam agindo por algum tempo após a prática desportiva, a corrida renova a energia feminina, ajuda a mulher a conhecer, entender e respeitar melhor o seu corpo. Tudo isso contribui para elevar a auto-estima e, consequentemente, estimular a líbido.

Fontes:

http://www.revistasuplementacao.com.br/?mode=materia&id=419

Daniela Hirsch, http://runnersworld.abril.com.br/materias/meninas/